A aquisição de créditos em disputas judiciais e arbitrais no Brasil têm caídos nas graças de fundos de investimento, movimentando o mercado financeiro.

A prática, já usual nos Estados Unidos, está chamando atenção especialmente diante da divulgação na imprensa nacional de disputas familiares envolvendo grandes companhias.

Assim foi o caso da Algarve Capital, que adquiriu, dentro outros ativos judiciais, créditos que estão sendo discutidos judicialmente por membros da família Hering em relação à sucessão de ações da companhia blumenauense, hoje controlada pelo Grupo SOMA. Estima-se que o fundo já tenha investido mais de R$ 500 milhões nestas operações.

Este tipo de ativo interessa para o perfil de investidor que visa um retorno a longo prazo, tendo em vista que a tramitação dos litígios, especialmente os judiciais, costuma ser morosa. Trata-se de investimento de alto risco, por estar pautado em direito futuro e incerto. No entanto, especialmente quando se tratam de disputas já avançadas e que possam originar precatórios, esta modalidade de investimento pode ser bastante atrativa.

Os recursos investidos possibilitam o financiamento das demandas, com o pagamento das despesas processuais, além da contratação profissionais de maior qualificação técnica para ampliar as chances de êxito nas contendas ainda em fase inicial, assegurando maior equilíbrio entre as partes.

Outras disputas que despertam interesse dos fundos são aquelas de natureza concorrencial, consumerista e trabalhista, além de arbitragens envolvendo acionistas minoritários.

Fonte: Valor.